Pelourinho de Evoramonte Mapa
Sito em frente dos antigos Paços do Concelho (Rua da Convenção), deste monumento subsiste unicamente o plinto paralelepípedo de mármore de cunhas simples. Observando a base onde a coluna assentava, verificamos que esta possui vestígios evidentes de quebra.
Estilisticamente apresenta sinais de ser peça do século XVI, data em que D. Manuel I [r. 1495-1521] concedeu os conhecidos Forais de Leitura Nova e em que profusamente por todo o país se levantaram Pelourinhos, como podemos ver em Estremoz, Vila Viçosa, Terena, entre outras. Nesta zona existem vários Pelourinhos derrubados ou desaparecidos, veja-se o exemplo de Juromenha (derrubado) e Alandroal (subsiste apenas o plinto). […]
Desta peça poucos dados históricos conseguimos obter. Provavelmente terá sido quebrada no século XIX, após a instauração definitiva do Constitucionalismo neste Reino, atos que aliás ocorreram em todas as suas regiões, já que os Pelourinhos eram tidos por um símbolo da opressão do anterior regime que a custo foi derrubado pela força das armas. No entanto, este era simplesmente um marco que simbolizava a autonomia judicial dos concelhos.
Paços do Concelho de Evoramonte Mapa
Neste imóvel de planta oblonga ergue-se a Torre do Relógio, estrutura de secção quadrada, telhado de quatro águas e igual número de olhais, no interior que estão dois sinos de bronze fundidos, os quais serviam para avisar a população das vereações e audiências a decorrer neste edifício.
A fachada de dois pisos possui janelas e portadas de jambas e lintel rectos, com exceção do lintel da porta que permite o acesso ao piso superior, que é curvo. A encimar esta entrada temos o brasão de armas do Reino de Portugal em mármore, tendo por baixo ornatos de palma em relevo e a data de 1787 (data das obras aqui efetuadas).
Este imóvel, além das vereações, que se deviam realizar no segundo piso numa das duas divisões em planta rectangular com teto em caixotão de madeira, albergaria também os julgamentos de infrações cometidas nos limites do concelho. Os condenados eram então presos nas divisões pequenas e separadas por sexos, estando a cela masculina no rés-do-chão e a feminina no primeiro piso.
A partir de 1855, data em que finalizou a autonomia municipal desta vila, aqui ficou sediada a Junta de Freguesia de Santa Maria. […]
Hoje, neste imóvel, no seu rés-do-chão, está o Posto de Turismo local, o qual é gerido pela Junta de Freguesia de Evoramonte.
Casa da Convenção de Evoramonte Mapa
Imóvel sito na antiga Rua Direita, hoje designada por Rua da Convenção por aqui estar a casa onde foi assinada uma Convenção entre os Absolutistas e os Liberais, a qual finalizou com a Guerra Civil em Portugal.
Este edifício é arquitetonicamente vulgar, de cariz regional, rural, de planta rectangular, com dois pisos e sem qualquer trabalho de cantaria a assinalar. Toda a habitação foi construída tendo por base a pobre alvenaria. Na fachada principal possui apenas uma porta de entrada e duas janelas, uma das quais muito pequena.
Para indicar esta casa como o local onde foi assinada a Convenção de 1834, foi colocada entre o lintel da porta e a janela acima desta, uma placa em mármore branco de Estremoz com a seguinte inscrição pintada a negro: EM 26 DE MAIO DE 1834 N’ESTA CASA DE JOAQUIM ANTONIO SARA/MAGO FOI ASSIGNADA A CONVENÇÃO DE EVORAMONTE QUE RESTABELECEU A PAZ EM PORTUGAL.
A placa foi aqui colocada por iniciativa do proprietário do imóvel, entre o final da década de vinte e o princípio da de trinta do século XX, aquando da realização de reformas nesta habitação. A presente placa veio substituir um simples dístico era igual há que hoje podemos observar.
O estremocense Joaquim António Dias Saramago, além de médico nesta zona, era nessa época administrador do concelho sendo, e tal como indica a placa evocativa do acontecimento, igualmente o proprietário do imóvel, local onde as partes intervenientes na Guerra Civil se sentaram e assinaram a Convenção. No ano seguinte, encontramo-lo como Juiz do Celeiro Comum desta povoação.
Celeiro Comum de Evoramonte Mapa
Este imóvel situa-se na Rua de Santa Maria. Depois de ter sido uma casa de habitação arrendada pela Junta de Freguesia de Evoramonte, e depois de ter sido um espaço onde trabalhava uma tecelã, é agora uma loja de produtos regionais, a única presente na zona.
Possui fachada pobre, destacando-se apenas a portada do século XVII/XVIII de ombreiras retas, feita em mármore da região e a inscrição que tem no seu lintel – CELEIROS DO COMU.
O Celeiro Comum foi fundado a 21 de Janeiro de 1642, por alvará de D. João IV, a pedido dos evoramontenses, apoiados pelo Corregedor da Comarca de Vila Viçosa, à qual estavam agregados desde 1599, data em que a Comarca de Estremoz foi unida à de Évora e parte desta desmembrada para a recém formada Comarca de Vila Viçosa. A administração e posse do […] edifício como a instituição Celeiro Comum eram propriedade da Casa [de Bragança], nomeando estes os seus administradores.
A função do Celeiro era a de proteger os lavradores, mormente os que tinham culturas cerealíferas (trigo, centeio e cevada) contra danos que minassem a sua atividade agrícola, emprestando a crédito os seus cereais […]. Os lucros e os excedentes de cereais revertiam a favor do município ou da Comarca.
Em 1743 sofreu obras avultadas, dado que estava em mau estado de conservação. […]
Em 1908, estando muito provavelmente esta instituição em decadência e com muito poucas reservas de cereais, um grupo amador local de Teatro decide aí construir um palco para atuar para os seus conterrâneos.
Esta instituição dos Celeiros Comuns foi extinta por alvará passado a 31 de Julho de 1915, tendo os fundos aí acumulados revertido para a Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Evoramonte.
Cisterna Pública Mapa
A Cisterna pública data do séc.XVI e foi construída com o intuito de prevenir uma queda demográfica nesta zona, pois é sabido que até essa data não havia nenhuma fonte de água potável intramuros. Assim, esta seria uma forma de incentivo, permanência e crescimento da população de Evoramonte. A água aqui armazenada provém das águas pluviais e não de nascente.
Possui dois bocais exteriores e uma porta de acesso à cisterna em pedra granítica. A base da cisterna fica situada a cerca de 3 metros abaixo do nível da rua. Possui uma abóbada suportada por 6 arcos, sendo as suas dimensões de 20 metros de comprimento, 8 metros de largura e 6 metros de altura.
Chafariz de Santo Estêvão Mapa
É provavelmente o chafariz mais antigo do concelho de Estremoz, mandado construir em 1423 pelo conde de Arraiolos e Marquês de Vila Viçosa, D. Fernando, que, por sua vez, era filho de D. Afonso, o futuro 1º Duque de Bragança. Segundo Túlio Espanca, sofreu alguns estragos no Terramoto de 1755, facto que, alegadamente, o secou por completo.
O aparelho é todo de granito, tal como o bebedouro, embora este já não seja o original. De mármore branco é a lápide comemorativa da sua construção, coeva da mesma, que diz o seguinte: ESTA OBRA MANDOU FAZER FERNAM RODRIGUEZ: O|U/VIDOR DE+DOM FERNANDO: NETO DEL REY: E+FILHO DO CONDE: DE: BARCELOS: E: DO NA\S/CIMENTO+DE+MIL: E+CCCCXXIII ANOS: